As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são um dos problemas mais comuns encontrados em serviços de atendimento médico pediátricos, então vamos explicar as diferenças de gripes e resfriados e como é o tratamento.
A Gripe é causada pelo vírus Influenza (tipos A ou B) e, geralmente, é caracterizada por febre alta, dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca, o que pode durar até duas semanas. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar, por isso é tão importante estar com a vacinação em dia, pois é a única maneira de prevenir essa infecção.
A Rinossinusite Aguda é uma infecção das cavidades nasais e dos seios da face que pode ter origem viral ou bacteriana.
A Rinossinusite Viral, também é conhecida como Resfriado Comum, é extremamente frequente até os sete anos de idade, podendo ocorrer de seis a dez vezes ao ano em crianças dessa faixa etária!
O Resfriado é causado por vírus diferentes, sendo os mais comuns: rinovírus, adenovírus, parainfluenza, coxsackie e o vírus sincicial respiratório (VSR), para os quais não temos vacinas. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo, febre baixa e dor de garganta leve, mas são mais brandos e duram menos tempo do que a gripe, entre sete e dez dias.
Diagnóstico
O diagnóstico das infecções de vias aéreas superiores é essencialmente clínico. Os resultados dos testes específicos para determinação dos vírus demoram alguns dias, mas podem ajudar a tranquilizar os pais quanto à evolução da doença. Os exames de imagem, como os de Raio X por exemplo, não fazem parte da rotina diagnóstica.
Tratamento
A infecção é combatida pelo próprio sistema imunológico e as medicações são utilizadas para aliviar os sintomas. Por isso, são importantes o repouso e a hidratação. A febre é controlada por analgésicos e antitérmicos e as medicações antivirais são indicadas para alguns casos específicos, mais graves e pacientes com fatores de risco.
Nos primeiros dois ou três dias da doença, os sintomas tendem a ser mais intensos e frequentemente associados com febre. Medicamentos podem ser úteis nesta fase. Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela, e a tosse e a obstrução nasal persistem, mas a criança melhora progressivamente.
Para essas infecções virais, não adianta o uso de antibióticos, porque não agem contra os vírus. As lavagens nasais com soro fisiológico auxiliam a diminuir a obstrução nasal e a tosse decorrentes da secreção nasal, e a inalação com soro fisiológico ajuda a deixar as secreções mais fluidas.
Como diferenciar de um quadro bacteriano?
Alguns sintomas estão relacionados à Rinossinusite em sua forma bacteriana. Eles podem ser reunidos em três grupos diferentes:
1) Sintomas prolongados: secreção nasal abundante, obstrução nasal e tosse persistente, por mais de 14dias. Esta forma é a mais frequente e não costuma ser acompanhada de febre.
2) Sintomas severos: desde o primeiro dia, a criança apresenta febre alta e secreção amarela ou verde abundante, ao contrário da secreção aquosa encontrada inicialmente na infecção viral.
3) Recaída: o quadro não melhora após o décimo dia; ao contrário, piora. Na evolução normal de uma infecção viral o quadro se inicia com febre, prostração e secreção aquosa e, após o quarto ou quinto dia, os sintomas costumam melhorar. Se houver uma infecção bacteriana, a febre retorna, o estado geral piora e, frequentemente, a tosse e a secreção nasal aumentam.
O diagnóstico de rinossinusite bacteriana requer receita de antibiótico para seu tratamento.